Comissão Nacional Justiça e Paz manifesta «estupefação» perante teor das notícias vindas a público
Lisboa, 17 abr 2016 (Ecclesia) – A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), organismo de leigos da Igreja Católica em Portugal, manifestou a sua “estupefação” perante o teor das notícias sobre os chamados ‘Panama Papers’, que revelam uma “imoral” fuga aos impostos.
“Sabíamos que as offshores iam fazendo o seu trabalho de ajuda ao crescimento das grandes fortunas graças a uma imoral fuga aos impostos internacionalmente legalizada. A investigação jornalística dos Panama Papers fez emergir a verdadeira dimensão daquilo que já conhecíamos”, refere uma nota da CNJP, enviada hoje à Agência ECCLESIA.
Em causa está a investigação realizada por uma centena de jornais em todo o mundo sobre 11,5 milhões de documentos, a qual revelou bens em paraísos fiscais de responsáveis políticos ou personalidades públicas.
A CNJP alerta para a possibilidade de branquear negócios ilícitos, com “pequenos e grandes desvios de fundos e fuga aos impostos”.
Segundo os membros do organismo laical ligado à Conferência Episcopal Portuguesa, a corrupção atinge diferentes instituições, inclusive as que têm por missão o controlo da legalidade.
“Não queremos, porém, deixar de acreditar na Justiça. Fazemos, por isso, um apelo veemente aos cristãos, mas também à sociedade civil, aos governos nacionais e aos organismos internacionais, para que se eliminem estas e outras injustiças”, pode ler-se.
A CNJP sustenta que este conjunto de “esquemas” permite que “uns poucos enriqueçam mais”, enquanto outros não têm o “mínimo necessário” para viver com dignidade.
Citando o Papa Francisco, a nota observa que este branqueamento de capitais se estende ao comércio de armas, ao tráfico de pessoas (incluindo refugiados), de órgãos humanos e de estupefacientes, bem como às redes internacionais de exploração da prostituição.
“Até onde deixamos ir este escândalo? Não teremos que exigir que os governos e as instituições que nos servem tomem medidas mais eficazes e menos contemporizadoras?”, questiona a CNJP.
O documento recorda que as comissões Justiça e Paz europeias escolheram o tema da “desigualdade crescente e a tributação justa” como objeto da sua ação concertada deste ano.
“Denunciaremos todas as situações que alimentem esta grave injustiça com que nos confrontamos nos tempos de hoje”, assinala o organismo católico português.
Segundo o consórcio internacional de investigação, que reuniu para este trabalho 370 jornalistas de mais de 70 países, incluindo Portugal, milhares de empresas foram criadas em "offshores" e paraísos fiscais para que centenas de pessoas pudessem administrar o seu património.
(Agência Ecclesia 17 de Abril de 2016)
“Sabíamos que as offshores iam fazendo o seu trabalho de ajuda ao crescimento das grandes fortunas graças a uma imoral fuga aos impostos internacionalmente legalizada. A investigação jornalística dos Panama Papers fez emergir a verdadeira dimensão daquilo que já conhecíamos”, refere uma nota da CNJP, enviada hoje à Agência ECCLESIA.
Em causa está a investigação realizada por uma centena de jornais em todo o mundo sobre 11,5 milhões de documentos, a qual revelou bens em paraísos fiscais de responsáveis políticos ou personalidades públicas.
A CNJP alerta para a possibilidade de branquear negócios ilícitos, com “pequenos e grandes desvios de fundos e fuga aos impostos”.
Segundo os membros do organismo laical ligado à Conferência Episcopal Portuguesa, a corrupção atinge diferentes instituições, inclusive as que têm por missão o controlo da legalidade.
“Não queremos, porém, deixar de acreditar na Justiça. Fazemos, por isso, um apelo veemente aos cristãos, mas também à sociedade civil, aos governos nacionais e aos organismos internacionais, para que se eliminem estas e outras injustiças”, pode ler-se.
A CNJP sustenta que este conjunto de “esquemas” permite que “uns poucos enriqueçam mais”, enquanto outros não têm o “mínimo necessário” para viver com dignidade.
Citando o Papa Francisco, a nota observa que este branqueamento de capitais se estende ao comércio de armas, ao tráfico de pessoas (incluindo refugiados), de órgãos humanos e de estupefacientes, bem como às redes internacionais de exploração da prostituição.
“Até onde deixamos ir este escândalo? Não teremos que exigir que os governos e as instituições que nos servem tomem medidas mais eficazes e menos contemporizadoras?”, questiona a CNJP.
O documento recorda que as comissões Justiça e Paz europeias escolheram o tema da “desigualdade crescente e a tributação justa” como objeto da sua ação concertada deste ano.
“Denunciaremos todas as situações que alimentem esta grave injustiça com que nos confrontamos nos tempos de hoje”, assinala o organismo católico português.
Segundo o consórcio internacional de investigação, que reuniu para este trabalho 370 jornalistas de mais de 70 países, incluindo Portugal, milhares de empresas foram criadas em "offshores" e paraísos fiscais para que centenas de pessoas pudessem administrar o seu património.
(Agência Ecclesia 17 de Abril de 2016)